quarta-feira, 16 de julho de 2014

Nada como ser mineiro!




“Ser Mineiro é não dizer o que faz, nem o que vai fazer,/ é fingir que não sabe aquilo que sabe, / é falar pouco e escutar muito, é passar por bobo e ser inteligente, /é vender queijos e possuir bancos.”
(Carlos Drummond de Andrade)

            Perdoem-me os filhos de outro estado, mas tenho que assumir que não existe nada melhor do que ser mineiro. Sou filho do estado das Minas de ouro e mineiro de ferro, mas que também é formado pelas longas e Gerais planícies que caminham para o Nordeste. Sou filho do estado que tem em seu formato o rosto humano de seu povo, que é batalhador e sonhador. Tenho a alegria de ter como conterrâneos os sonhadores e trabalhadores da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.
“Minha terrinha” é marcada pela hospitalidade do Café com Pão-de-queijo e da suntuosidade dos monumentos históricos. Sou filho do estado da Religiosidade amorosa e tradicional e também da inteligência magnânima dos filósofos, dos grandes líderes e inventores, dos eruditos oradores e dos grandes poetas. Em minha “tirrinha”, vejo o encanto do pôr-do-sol sendo agraciado misticamente pelas lindas paisagens e no brilho do luar consigo ouvir o doce cantar das violas e violões em cantigas tão antigas e tão novas de meu amado povo.
E por falar em meus conterrâneos, tenho que ressaltar minha alegria de ter seu sangue e sua história. Ser mineiro é ter na vida a força do minério de ferro, abundante em nosso solo, bem como o cintilante esplendor do ouro de nossas Minas. Mineiro é forte, porque não teme lutar pelos sonhos de uma humanidade mais humana e por ter a fé de que a fraternidade acolhedora é nossa maior liberdade. Mineiro também é brilhante, porque faz de nosso mundo um lugar melhor, oferecendo até mesmo asas ao homem que ainda não havia aprendido a voar.
Não posso me esquecer de contar que recebi a graça de falar um dos idiomas mais lindos desse meu Brasil: O Mineirês. No querido “Uai”, nós, mineiros, conseguimos mostrar a sociedade que nossa natureza filosófica é um sonho constante de querer entender o mundo e os outros; No famosíssimo “trem”, nossa linguagem mineirês consegue expressar-se em um signo o infinito de possibilidade e de objetos; Quanto ao lindo “Sô”, só posso dizer que nós somos os únicos a ter uma palavra como ponto final ou como o diminutivo do pronome de tratamento: Senhor; Desculpem-me por não continuar elencando todo o dicionário Mineirês (“Noss, Cruz-credo, retrato, Pelejanu, éMess...”), mas essa empreitada é muito grande para tão pouco tempo.
E por falar nisso, não querendo terminar nossa prosa, mas já parando por aqui– pois o entardecer do papel não é capaz de conter a minha alegria e os inumeráveis  dons de Minas Gerais – quero dizer que ser mineiro é um privilégio não só dos que nascem nessas redondezas, mas de todos que aqui vem, porque somos marcados principalmente pela acolhida de nossa hospitalidade e pela simplicidade em nossa história. E sabe por quê?


POR QUE SER MINEIRO É MUITO BÃO, UAI! É UM TREM BÃO DEMAIS DA CONTA, SÔ!”



JACKSON DE SOUSA BRAGA
Mineiro
Minas Gerais, 16 de julho de 2014
Dia de Minas Gerais