quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O Porém angustiante


Escondo-me do mundo, porém nele mesmo.
Escondo-me da morte, porém caminhando em sua trilha.
Escondo-me do sofrimento, porém ele é o sinônimo de vida.
Escondo-me da dor, porém sinto-a intensamente.

Fujo do medo, porém ele é o único que tenho.
Fujo da angústia, porém ela se tornou minha esposa fiel.
Fujo do ódio, porém desconheço o amor.
Fujo do mal, porém só sei de sua existência.

Procuro Deus, porém só encontro o demônio.
Procuro sabedoria, porém só a ignorância vem a mim.
Procuro a vida, porém estou morto.
Procuro a paixão, porém não me apaixono.

Quero a beleza, porém só tenho minha feiúra.
Quero uma companhia, porém sinto a solidão na cama da morte.
Quero a felicidade, porém só acho tristeza.
Quero a vida, porém sou apenas um ser para a morte.

Tento sonhar, porém vivo um pesadelo chamado vida.
Tento não me apegar, porém agarro-me com medo de perder.
Tento sorrir, porém só aprendi a chorar.
Tento existir, porém sinto-me inexistente ou sem importância.

PORÉM, PORÉM E PORÉM É QUE ME RESTA.







Jackson de Sousa Braga.
Mariana, 5 de junho de 2009, 20:15h.

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